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Aleitamento materno: uma jornada a dois

Agosto Dourado promove a conscientização sobre a importância da amamentação e de seus benefícios para a saúde do bebê e da mãe

 

Mês do aleitamento materno: cuidado e proteção que valem ouro.

Um momento de conexão intensa entre a mãe e o bebê, a amamentação oferece benefícios para a saúde de ambos. Para disseminar informações corretas e conscientizar a população sobre o tema, a campanha “Agosto Dourado” foi instituída no Brasil em 2017. A cor associada ao movimento faz alusão à qualidade do leite materno, considerado um alimento valioso como o ouro.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é que os bebês recebam o leite materno como alimento exclusivo até os seis meses de idade e que, após a introdução alimentar, a amamentação seja combinada com a alimentação sólida.

“O leite materno é o primeiro anticorpo que o bebê recebe da mãe e é fundamental para evitar as infecções no primeiro ano de vida e nos anos consecutivos. O aleitamento materno exclusivo (AME) é tão importante que implica de forma direta na morbimortalidade infantil”, pontua Geisla Bozelli, enfermeira obstetra do Hospital Angelina Caron (HAC).

No Brasil, o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), encomendado pelo Ministério da Saúde, revelou que metade das crianças no país são amamentadas por mais de um ano e quatro meses. Já na análise da taxa do AME nos primeiros seis meses de vida, a pesquisa mostra que 45,8% dos bebês recebem apenas o leite materno nesse período. A realidade brasileira, no entanto, está longe da meta da OMS, que prevê que esse índice chegue a 70% até 2030.

Para a especialista, embora o tema seja relevante durante todo o ano, campanhas como o “Agosto Dourado” motivam a população a lembrar da importância da amamentação para a saúde da puérpera, do bebê e para a família enquanto um sistema ou uma unidade de cuidado. Ela cita a prevenção de patologias, a contribuição com a maturidade do sistema imunológico, o crescimento e o desenvolvimento de forma saudável como alguns dos benefícios garantidos ao bebê.

Um momento de conexão intensa entre a mãe e o bebê, a amamentação oferece benefícios para a saúde de ambos.

Já para as mães, um dos pontos essenciais da amamentação é a proteção da saúde mental, principalmente no puerpério. “O AME ocorrido idealmente nos primeiros minutos após o parto desencadeia um conjunto de reações biofisiológicas e psicoemocionais na mãe, incluindo a liberação de hormônios importantes para a sua recuperação após o parto, independentemente da via de nascimento do bebê”, detalha a enfermeira.

Apesar dos benefícios, muitas mães enfrentam desafios que podem dificultar a prática do aleitamento materno, como dificuldades de pega, preocupações com a produção de leite e falta de suporte adequado. Bozelli destaca que fissuras, feridas e dor não são parte da normalidade na jornada de amamentação, que deve ser prazerosa tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, o auxílio profissional em relação à amamentação deve ser iniciado ainda no pré-natal, para que a mulher tenha conhecimento, preparo e apoio para lidar com todo o processo na chegada do novo integrante da família.

Da mesma forma, o papel do pai e da rede de apoio são essenciais. “A puérpera consegue ir além no AME quando se sente apoiada e compreendida. Ela consegue se dedicar unicamente às demandas do bebê e isso faz a diferença na produção do leite, na segurança e na persistência em relação a amamentação em livre demanda. Outro ponto que fará total diferença no sucesso do aleitamento é, sem dúvidas, o querer materno, o empoderamento, o se sentir potente a ponto de gerar uma vida e manter a sobrevivência do seu bebê externo ao seu corpo”, finaliza.