Assistentes sociais trabalham no resgate familiar e reinserção social de pacientes
Dados do Conselho Federal de Serviço Social mostram que o Brasil tem mais de 180 mil assistentes sociais – atrás somente dos Estados Unidos. Desde a sua regulamentação em 1957, o serviço social faz a diferença no dia a dia de vários segmentos da sociedade, entre eles a saúde. No Angelina Caron, a equipe de seis assistentes de saúde é chefiada por Beatriz Paternoster, profissional com 30 anos de atuação.
“Fazemos a acolhida dos pacientes no hospital, ajudamos no resgate de vínculos familiares de pessoas em situação de vulnerabilidade, além de doentes mentais, vítimas de abusos e maus tratos. Atuamos pela sua reinserção social, de acordo com as particularidades de cada um”, resume Beatriz, que coordena o setor de Humanização do HAC e foi uma das responsáveis pela implantação do serviço social no hospital, nos anos 1990.
Caso Daniel
Inúmeras histórias passam pela equipe de assistentes sociais do HAC e merecem reflexão especial neste 15 de maio, dia dedicado à profissão. Em 2019, um caso marcou a equipe de assistentes sociais do Angelina Caron: o protagonista é um morador de rua de 59 anos que chegou inconsciente em estado grave, com aneurisma, e sem identificação. “Aos poucos, fomos descobrindo as origens do Daniel, que veio de Colombo, mas estava em situação de rua sofrendo de alcoolismo crônico que o deixava violento. Num trabalho praticamente investigativo, conseguimos contato com a filha de 32 anos que havia sido criada longe do pai desde os quatro anos, quando a mãe – vítima de violência doméstica – o abandonara”, recorda a assistente social.
Depois de um difícil contato inicial, a filha de Daniel resolveu visitá-lo na UTI do HAC, superando seus traumas pessoais e resgatando o vínculo familiar com o lado paterno, que ela desconhecia. “Para nós foi emocionante, pois o Daniel estava em estado gravíssimo, mas resistia. Ele só veio a falecer após a reaproximação com a filha, a ex-mulher, a neta pequena e os irmãos. Parece que era a razão dele existir naquele momento, reaproximar a família e não morrer como indigente.”