Setembro Amarelo: abrace essa causa!
Você sabia que fazemos parte do país mais ansioso do mundo? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 9,3% da população do Brasil sofre, atualmente, com essa condição que, embora seja considerada um transtorno mental, pode desencadear até mesmo sintomas físicos.
Quando olhamos para outros dados, o panorama, infelizmente, não fica mais animador. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus e AtlasIntel revela que 68% dos entrevistados se sentem ansiosos, nervosos ou muito tensos, no entanto, 56% desse público nunca buscou ajuda de um profissional para lidar com os seus sintomas.
É importante lembrar que transtornos mentais podem levar, muitas vezes, a situações extremas, como ao suicídio. Somente no ano passado, ocorreram mais de 11 mil internações de pessoas que tentaram tirar as próprias vidas, segundo registros do Sistema Único de Saúde (SUS) – número que corresponde a mais de 30 casos por dia.
Frente a esse cenário, a Associação Brasileira de Psiquiatria realiza, todos os anos, o Setembro Amarelo, a fim de informar e conscientizar a população sobre o tema da saúde mental. Em 2024, a campanha trata sobre a importância do suporte, por meio do lema “Se precisar, peça ajuda”.
Deixando os tabus e preconceitos de lado
Mas como é possível ajudar as pessoas que estão passando por um momento difícil? Alissandra Ferreira de Lima Malvezi, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Angelina Caron (HAC), explica que falar abertamente sobre o assunto é essencial, afinal ainda existem muitos preconceitos relacionados às doenças mentais. “Quando é falado abertamente sobre o suicídio, esses estigmas vão sendo quebrados e também gera encorajamento nas pessoas que estão passando por isso a buscarem ajuda e tratamento”, completa.
De acordo com a especialista, a informação também é essencial. Isso porque se todos souberem identificar os sinais de alerta, poderão contribuir com a campanha e, principalmente, com quem precisa, oferecendo uma rede de apoio.
Alguns indícios de que algo não vai bem são:
- Mudanças de humor;
- Isolamento social;
- Perda de interesse e prazer por atividades cotidianas;
- Alterações no padrão de sono;
- Uso de álcool e drogas.
Em muitos casos, o suporte e acolhimento podem vir até mesmo da empresa onde a pessoa trabalha. Nesses casos, Alissandra ressalta que treinamentos e capacitações são ferramentas valiosas para que a equipe e, principalmente, os gestores entendam o impacto do ambiente de trabalho na saúde mental e estejam aptos a identificar quadros que precisem de auxílio especializado.
Individualmente, a psicóloga enfatiza que é preciso unir a saúde mental à saúde física, pois elas estão, de certa forma, associadas. “O bem-estar emocional, o autocuidado, os exercícios físicos, uma alimentação saudável, o sono em dia e em horário adequado, além de ter tempo de qualidade, são alguns hábitos que contribuem para esse equilíbrio”, observa.
De mãos dadas pela prevenção
Aqui no Hospital Angelina Caron (HAC), oferecemos desde junho de 2024, o Programa de Saúde Mental. Esse é um suporte psicológico disponibilizado gratuitamente a todos os colaboradores que estão enfrentando desafios pessoais e/ou profissionais. O objetivo é que, por meio dessa iniciativa, todos lidem melhor com as situações que possam afetar seu dia a dia, como o estresse excessivo, a ansiedade e a depressão.
Na prática, o programa promove uma consulta com um especialista, que avalia as queixas do colaborador e, se necessário, o encaminha para sessões de terapia ou, até mesmo, a um psiquiatra. O atendimento é confidencial e está disponível para todas as equipes do HAC.
Está passando por um momento difícil? Neste Setembro Amarelo – e em todos os meses do ano – não deixe de buscar ajuda e cuidar da sua saúde mental!