Setembro é o mês de incentivo à doação de órgãos
A campanha “Setembro Verde”, desenvolvida ao longo desse mês, orienta as pessoas sobre a importância da doação de órgãos. É preciso lembrar que doar órgãos salva vidas. Esse é um ato de amor e solidariedade que constrói histórias de esperança e gratidão.
O Hospital Angelina Caron (HAC) é uma das maiores referências em transplantes no país. Segundo a Central de Transplantes do Paraná, o hospital é responsável no estado por 94% dos transplantes de pâncreas/rim, 75% dos de pâncreas, 50% dos de fígado/rim e 44% dos de coração. O médico responsável pela coordenação desses procedimentos no HAC, João Nicoluzzi, reconhece que os números são muito bons, mas ainda podem melhorar. “A doação de órgãos ainda é um assunto tabu na sociedade, mesmo com o acesso à informação”, afirma Nicoluzzi.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o fígado e os rins são órgãos que podem ser doados ainda em vida. Mesmo assim, esse tipo de transplante, denominado intervivos, representa uma pequena parcela dos procedimentos realizados hoje no Brasil: somente cerca de 16% dos transplantes de rim e 7% dos de fígado são realizados com órgãos de doadores vivos.
Isso significa que as mais de 32 mil pessoas que estão na fila de espera por um transplante no país dependem da sensibilização e da decisão das famílias que perderam um ente para sobreviver.
Esse é o caso de João Antonio Starepravo, que passou por um transplante de fígado no Hospital Angelina Caron em maio de 2017, após ser diagnosticado com cirrose hepática, causada pela hepatite B. João conta que enquanto estava na lista de espera pelo transplante, quatro doadores apareceram, mas somente na quinta vez em que foi chamado houve compatibilidade com o órgão doado.
“Quem está na fila do transplante sabe que é muito difícil para as famílias, num momento tão triste, tomar a decisão de doar os órgãos de seus entes queridos, mas temos que pensar que esses órgãos vão dar vida para outras pessoas que também têm famílias sofrendo. Doar é dar amor!”, desabafa João Antonio.
Informações da ABTO demonstram que 43% das famílias brasileiras ainda rejeitam a doação. “Precisamos continuar sensibilizando a população para a necessidade da doação de órgãos e tecidos e mostrar quantas vidas podem ser salvas”, ressalta o médico João Nicoluzzi.
Para tornar-se um doador de órgãos, basta comunicar essa vontade aos seus familiares, pois somente eles poderão informar sua decisão quando a hora chegar.
Deixe que a vida continue, um único doador pode salvar até oito pessoas!