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Junho Roxo: saiba mais sobre a importância do diagnóstico e do tratamento do lipedema

Cirurgião vascular do Hospital Angelina Caron destaca as principais características do quadro e os tratamentos indicados

 
Durante o mês de junho, a campanha “Junho Roxo” leva à população um alerta sobre a conscientização e o tratamento do lipedema, uma doença conhecida há mais de 80 anos, mas que entrou para o rol de enfermidades da Classificação Internacional de Doenças (CID) apenas em 2022. Segundo um artigo científico publicado no Jornal Vascular Brasileiro, a prevalência estimada do lipedema na população de mulheres brasileiras é de 12,3%.

O quadro é caracterizado por uma inflamação que acontece no tecido subcutâneo, a camada de gordura que fica localizada abaixo da pele, de acordo com Filipe Carlos Caron (CRM: 24313), cirurgião vascular do Hospital Angelina Caron. A condição pode gerar um acúmulo de líquido na região e causar desconfortos em atividades simples do dia a dia. As partes do corpo que podem ser acometidas são, principalmente, as pernas, coxas, quadril e na região abaixo do joelho.

Uma inflamação que acontece no tecido subcutâneo, o lipedema pode gerar acúmulo de líquido na região e causar desconfortos

Um dos sintomas citados pelo médico é a característica morfológica, quando a desproporção entre o tronco e as pernas é evidente. Além disso, o especialista lista ainda dores, sensibilidade, inchaço e celulites nos locais acometidos. “Algumas pacientes que são mães, por exemplo, não conseguem deixar o filho no colo, porque têm muita dor”, ressalta.

A doença é mais frequente em mulheres com certo grau de obesidade, mas isso não é uma regra. Todas as pessoas podem ter lipedema independentemente, inclusive, da idade. Caron afirma que o quadro pode ser visto em pacientes idosos, adultos, jovens e, até mesmo, adolescentes.

Já o diagnóstico, é clínico, pois não existe um exame que confirme a doença. No entanto, os especialistas podem determinar o quadro na soma da análise dos sintomas relatados pelo paciente com as características corporais verificadas em consulta. Com diferentes graus, do um ao quatro, a doença é considerada progressiva e, por isso, quanto antes é feito o diagnóstico e o início do tratamento, menores as chances de piora dos sintomas.

Dieta saudável, a manutenção de um peso adequado a prática de exercícios moderados colaboram para o controle.

É uma doença que tem controle, mas não tem cura”, destaca o cirurgião. O tratamento consiste na administração de medicamentos que auxiliam na drenagem dos membros, evitam o acúmulo de líquidos e têm ação anti-inflamatória. No entanto, apenas o remédio não é suficiente para conter o avanço do quadro. “O mais importante são os hábitos, como uma dieta saudável, a manutenção de um peso adequado à altura, a prática de exercícios moderados, tentar não ficar muito tempo em pé e o uso de meias de compressão”, adiciona.

O uso de meias de compressão melhora a circulação, o que pode ajudar a reduzir a dor e a fadiga.

Além disso, parte do tratamento também é evitar os gatilhos inflamatórios, que podem envolver o consumo de alimentos específicos, má qualidade de sono, excesso ou falta de exercícios físicos e muitos outros.

“Esse é um processo bem particular de pessoa para pessoa. Depois do diagnóstico vem uma fase de autoconhecimento do paciente, porque é ele que vai perceber o que faz mal. Existem diversos gatilhos que, quando identificados, devem ser evitados”.

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