Transformando vidas: a importância do transplante de córnea
Imagine ver o mundo através de imagens borradas, sem foco ou, aos poucos, não vê-lo mais. Essa é a realidade de mais de 1,3 mil pessoas que esperam por um transplante de córnea apenas no Paraná. Apesar de ser um procedimento relativamente simples, a fila de espera é longa e a restauração da visão de cada paciente depende de uma decisão.
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Ainda em vida é possível escolher se tornar um doador de órgãos, com base em informações corretas e com a consciência sobre o impacto desse ato de solidariedade para a saúde das pessoas transplantadas. Por isso, no mês em que comemoramos o Dia Nacional da Doação de Órgãos, concentramos as atenções nesse tema que pode mudar vidas.
Por dentro do transplante de córnea
Como um tipo de lente, a córnea é transparente e ajuda a controlar e a focar a entrada de luz nos olhos, o que permite que você enxergue os objetos, as pessoas e as paisagens com clareza e definição. No entanto, quando essa camada se torna opaca ou, de certa forma, irregular, a visão como um todo é prejudicada. Isso pode borrar, embaçar, distorcer as imagens e, nos casos mais graves, levar à cegueira.
A partir desses sintomas, nosso médico oftalmologista, Dr. Guilherme Sant’Ana (CRM 41220), explica que alguns casos podem ser diagnosticados, como o ceratocone, que é um quadro que resulta no afinamento e na deformação da córnea. Além desse cenário, doenças hereditárias, infecções que causam cicatrizes e até mesmo lesões na região podem originar alguns sintomas.
São nesses casos, quando a córnea perde sua transparência ou forma, que o transplante se torna necessário, já que o uso de óculos e lentes de contato não pode mais reverter a situação. Mas como uma cirurgia pode resolver a questão e devolver ao paciente uma visão de qualidade?
Uma nova córnea, um novo olhar
O transplante substitui uma córnea que já não funciona como deveria por uma que seja saudável. O Hospital Angelina Caron realiza esse procedimento e nosso especialista explica que ele é fundamental para restabelecer a visão e a qualidade de vida do paciente, já que próteses ou tecnologias artificiais não substituem as córneas de forma eficaz.
“Cada doador de córnea pode ajudar até duas pessoas a enxergar novamente, o que é um gesto incrível de solidariedade e de manter ainda viva uma parte desse doador no corpo de outra pessoa, mesmo após a sua morte”, comenta o especialista. Para isso, é essencial que a família esteja a par da decisão do paciente e que autorize a doação dos órgãos.
Agora, se você está se perguntando se pode ser um doador, a resposta é sim! Porém, somente os médicos especialistas podem avaliar os órgãos e confirmar a possibilidade da doação. Na maioria das vezes, independentemente de doenças pré-existentes ou da causa da morte, um ou mais órgãos poderão beneficiar uma outra pessoa. No caso do transplante de córnea, até mesmo idosos podem ser doadores.
A conscientização é papel de todos
Falar sobre a doação de órgãos com familiares e amigos é importante para esclarecer sua decisão individual e levantar o assunto que, ainda nos dias de hoje, não recebe a devida visibilidade. A verdade é que salvar vidas, mesmo após a morte, é um privilégio e uma oportunidade que o avanço da medicina proporciona.
“As campanhas de conscientização têm o poder de mudar percepções, dissipar mitos e informar o público sobre a importância da doação. O impacto na vida dos pacientes que recebem transplantes é imensurável; para muitos, é a diferença entre a vida e a morte, entre a cegueira e a visão”, compartilha o médico.
Que tal nos ajudar a disseminar essas informações e transformar vidas?
Converse sobre o tema com outras pessoas, seja um doador de órgãos e informe a sua família sobre a sua decisão.