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Dezembro Vermelho: campanhas são o primeiro passo para prevenir novos casos de HIV no Brasil

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2023, do Ministério da Saúde, houve um aumento no número de casos da doença entre jovens de 15 a 24 anos no Brasil. O dado é preocupante, de acordo com a Dra. Camila Ahrens, infectologista do Hospital Angelina Caron. “É um número que indica a necessidade de intensificar ações de prevenção e educação sexual direcionadas, em especial, para pessoas nessa faixa etária”, avalia. Essas ações ganham corpo no último mês do ano, quando acontece a campanha do Dezembro Vermelho, instituída pela Lei nº 13.504/2017.

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Médica segurando laço vermelho, símbolo do Dezembro Vermelho
O uso de preservativo é uma das principais formas de prevenir a aids, HIV e IST

Além de tratar da prevenção e do diagnóstico precoce, a campanha tem por objetivo combater o preconceito e a discriminação sofrida pelos portadores da doença. Hoje, mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. No Paraná, são 264 novos casos de aids e 818 novos casos de HIV somente em 2024, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net).

Por que o Dezembro Vermelho é importante?

Nos anos 1990, quando surgiram os primeiros casos da doença no mundo, era comum encontrar diversas reportagens e campanhas a respeito das ações de prevenção. Celebridades como o cantor Cazuza viraram símbolo da luta e, ao mesmo tempo, do sofrimento trazido pelo diagnóstico.

Com o tempo e a evolução dos tratamentos, o assunto saiu dos holofotes. Por isso, campanhas como o Dezembro Vermelho são tão importantes não apenas para lembrar a população sobre os cuidados básicos, mas também para tirar o estigma de quem vive com a doença.

Prevenção e detecção precoce

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) no Brasil defende estratégias de prevenção combinadas, com foco nas pessoas HIV-negativas, e a adesão de pessoas vivendo com HIV ao tratamento antirretroviral, visando a não transmissão do vírus.

O uso de preservativos nas relações sexuais e o não compartilhamento de materiais cortantes são algumas das ações importantes. A infectologista do Hospital Angelina Caron reforça, ainda, a necessidade de realizar o teste de HIV precocemente. “É um ato de amor consigo mesmo e com os outros. O diagnóstico precoce permite o início imediato do tratamento de uma vida longa e saudável”, explica.

Cuidados de quem convive com a doença

Pessoas que convivem com o HIV, lembra a médica, além de aderir rigorosamente ao tratamento antirretroviral, devem realizar acompanhamento médico regular, manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas.

“Também é fundamental evitar o uso de substâncias nocivas e cuidar da saúde mental, principalmente em razão do preconceito que elas podem sofrer”, completa.