Julho Amarelo promove conscientização em dose dupla
Campanha destaca a importância do diagnóstico e do tratamento das hepatites virais e do câncer ósseo
No mês de julho, uma importante campanha ganha destaque nos calendários de saúde ao redor do mundo: o Julho Amarelo. A iniciativa busca conscientizar a população sobre as hepatites virais e o câncer ósseo, duas condições que, apesar de distintas, compartilham a necessidade de disseminação de informações e de prevenção para reduzir seus impactos na saúde pública.
Um dos principais alertas deste ano é em relação ao surto de hepatite A no Paraná. Dados da Secretaria da Saúde do estado revelam que, apenas no primeiro semestre de 2024, já foram registrados 390 casos da doença, um crescimento de 900% em relação ao número total de casos registrados no ano de 2023. Diante desse cenário, é essencial que a população tenha conhecimento sobre as formas de contágio e os riscos que a enfermidade gera à saúde.
Caracterizadas como inflamações do fígado causadas por infecções virais, as hepatites virais são categorizadas em vários tipos: A, B, C, D e E, todos causados por um vírus diferente. De acordo com Camila Ahrens (CRM: 28039-PR), médica infectologista do Hospital Angelina Caron (HAC), essas infecções podem comprometer o funcionamento do fígado e, se não tratadas adequadamente, levar a complicações graves.
Segundo a especialista, cada tipo provém de um fator transmissor diferente. “A hepatite A é transmitida por alimentos ou água contaminados, enquanto a hepatite B é transmitida pelo contato com sangue, sêmen e outros fluidos corporais infectados. A hepatite C é principalmente transmitida pelo contato com sangue contaminado. A hepatite D ocorre apenas em pessoas já infectadas com hepatite B, agravando a infecção, e é transmitida da mesma forma. Já a hepatite E, é transmitida por água contaminada, similar à hepatite A e é mais comum em regiões com saneamento inadequado”, detalha.
Consequentemente, as medidas de prevenção também se diferem de acordo com as formas de contágio. Para os tipos A e E, Ahrens recomenda manter uma boa higiene pessoal e alimentar, garantir saneamento básico adequado e vacinar-se contra a hepatite A. Para as hepatites B e D, o indicado é manter a vacinação em dia, evitar compartilhamento de agulhas e praticar o sexo seguro. Por fim, para a hepatite C, o ideal é evitar compartilhar objetos cortantes e seringas, praticar sexo seguro e garantir a triagem rigorosa de sangue doado.
Além de prevenir, também é preciso voltar as atenções à importância do diagnóstico precoce, que possibilita o início do tratamento antes que a doença cause danos graves ao fígado. “Detectar a infecção cedo permite o controle e o tratamento eficazes, prevenindo complicações como cirrose e câncer de fígado e reduzindo a transmissão do vírus para outras pessoas. Campanhas de conscientização são vitais para aumentar o conhecimento sobre as hepatites virais”, aponta a médica.
Câncer ósseo: sintomas e fatores de risco
Ao mesmo tempo, o Julho Amarelo também dissemina informações sobre o câncer ósseo, uma doença diagnosticada a partir de um crescimento desordenado de células, que começa no osso e que causa sintomas como dores, inchaço e sensibilidade perto da área afetada, além de ossos enfraquecidos, cansaço e perda de peso de forma não usual. Bruno Roberto Braga Azevedo (20472-PR) é cirurgião oncológico do HAC e destaca que esse quadro pode ter início em qualquer osso do corpo, mas que afeta mais frequentemente o fêmur e é considerado raro.
“Vale lembrar que o termo ‘câncer ósseo‘ não inclui o câncer que começa em outra parte do corpo e se espalha para os ossos – situação definida como metástase”, afirma. O especialista ressalta, ainda, que existem diferentes tipos de câncer ósseo. “Alguns tipos ocorrem principalmente em crianças. Outros tipos acontecem principalmente em adultos. Os tratamentos comuns para o câncer ósseo incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Já o melhor tratamento, depende do tipo de câncer ósseo, do osso afetado e de outros fatores”, acrescenta.
Independentemente do tipo, é importante lembrar dos fatores que aumentam os riscos da doença, como síndromes genéticas herdadas e outras condições ósseas, além do histórico de tratamento oncológico, como a radioterapia e alguns tipos de medicamentos quimioterápicos.
Para o cirurgião, mobilizações como essa colaboram para a redução da morbidade e mortalidade por essas formas de doença: “campanhas mensais de conscientização sobre o câncer foram usadas no passado para aumentar a conscientização e o financiamento para várias doenças malignas e, atualmente, são fontes de empoderamento da população na luta contra o câncer”.
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